Diário de uma ex-adolescente:
“Passa um cisco de tempo e tudo retorna ao mesmo lugar de partida. Lembro de como sempre me foi complexo explicar, e agora é ainda mais. Se fossem, essas letras, um romance, ninguém mesmo suportaria ler. Está sendo enfadonho, já no início, até mesmo escrever.
O quê?! Sobre o que mesmo é que eu ai escrever? Esqueci. Esqueci até mesmo que o tempo nos faz esquecer. Nos faz esquecer das coisa que devíamos ( e continuamos devendo) ler, escrever, estudar, dizer e sonhar. Sempre sobra apenas a vontade de continuar! Vontade híbrida ao instinto de preservar a si mesma.
Isso é hoje, mas não foi sempre assim. Aproximadamente ao meados dos 21 anos a gente muda...
Então, como pilhérias dos mais puros e sublimes palhaços, viver se transforma no riso. Então a gente finge a gente, obcecada, isso: a gente obcecada – e morta – vai fingindo. E o resto? O resto vai vivendo sem perceber coisa nenhuma. Pensando que o mundo é mesmo assim como se vê. Pensando isso, mas sem a lucidez de Alberto Caeiro.
Mas existem moços e homens que parecem verdadeiros milagres, existem comidas com sabores de vidas nunca antes experimentadas, existem orgasmos das mais díspares espécies, existem abelhas que impulsionam a algum mistério e fantasia nos pensamentos, e existe, principalmente, o inebriar-se, seja com gim ou com sonhos lúcidos.
Então chega a fase que a gente percebe isso com tão tamanha contundência e pertinência que não dá mais para pensar em suicídio.
Vem a paz. E também o desespero misto a isso.
O suicídio morreu. Não deveria.
Deveria?
Ai, a eloqüência! Um certo professor de filosofia vive falando que é coisa de adolescente de colegial a gente achar que sabe uma coisa mas não sabe exprimi-la. Diz que quando a gente sabe bem o que quer dizer a gente se expressa claramente.
Eu sei bem o que quero dizer:
“O suicídio morreu, e me parece muito óbvio que isso não é nada bom”.
Postada pela doida da Paula que está com um enxame de abelhas do cérebro mais enorme do que nunca por estar tentando entender Espinosa.
sábado, 24 de maio de 2008
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