segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Universidade Federal de São Paulo, em Crise

Estrutura caótica cria discussões que vão desde a base discentes e suas necessidades, até a reforma do estatuto.



É do conhecimento de todos, a crise vivida pela Unifesp atualmente, após a renuncia do reitor Ulysses Fagundes Neto. O vice-reitor, Sérgio Tuffic deveria assumir interinamente os 60 dias decorridos do estatuto para a escolha do novo reitor, porém, no dia 27/08 o vice-reitor e mais quatro pró-reitores renunciaram os cargos, resultando em uma crise jamais sentida nessa universidade, onde resultou mobilização estudantil e de funcionários insatisfeitos com os rumos adotados e autoritários advindos do conselhos universitário (CONSU), no qual indicaram um nome sem prévia consulta acadêmica para assumir o cargo até as eleições, o nome indicado foi o do professor Marco Pacheco Toledo Ferraz, do departamento de psiquiatria que precisa ser aprovado pelo Ministérios da Educação (MEC).
No entanto, os problemas não param por ai, após a expansão adotada pela Unifesp, surgiram diversas reclamações sobre problemas na estrutura pela qual os novos campi foram criados em 2007, no ano anterior em 08/11/2006 foi realizada uma reunião com o conselho universitário já prevendo os problemas a serem resolvidos, contudo, esses problemas permanecem até o presente momento e a abertura de dois novos cursos para o Campus de Guarulhos sem estrutura devida tem como acumulo uma crescente indignação por parte dos alunos, transformando o campus de humanas em uma panela de pressão, visto que não existem salas para suportar tal demanda, além disso, no antigo estatuto da universidade consta o seguinte; Artigo 2º - ?A UNIFESP/EPM tem por finalidade desempenhar, em nível de excelência, atividades inter-relacionadas de ensino, pesquisa e extensão, com ênfase no campo das ciências da saúde?, onde exatamente essa ênfase dada para a saúde preocupa os estudantes de todas as outras áreas, e não apenas isso, pois o (CONSU) segundo o mesmo estatuto também tem como meta aprovar a proposta orçamentária e a prestação de contas do Reitor, após a manifestação do Conselho de Curadores, ou seja, como o reitor renunciou devido a desvio de verbas e antes disso o próprio conselho universitário teria aprovado essas propostas orçamentárias os estudantes romperam de vez com esse conselho não mais reconhecendo o CONSU nem seu estatuto, é necessário lembrar que esse foi o mesmo conselho deliberativo das propostas do REUNI, cujo foi aprovado quando já havia a expansão dos CAMPUS, e sem prévia consulta a comunidade acadêmica, no que resulta essa abertura de novos cursos para cumprirem as metas propostas em seu termo, mas sem estrutura adequada para a criação, além da elevação da taxa de aprovação para 90%, no que muitos entendem como a famosa progressão continuada.
Portanto, hoje existe um impasse muito grande sobre os rumos adotados pela universidade, pois, a estrutura da Unifesp em sua expansão se encontra precária, o estatuto não abrange os demais cursos e fere diretamente o direito garantido pela Constituição do acesso a educação, já que não existe nos outros campus a assistência estudantil para permanência nos cursos previstas em lei, e o REUNI quebra o tripé indissociável do ensino, pesquisa e extensão, condições mínimas como o famoso bandejão não existe, e a moradia é considerado invalido, então alguns estudantes que vieram de outros estados para estudar em um nome privilegiado como o da Unifesp desistem ou pedem transferência, pois em suma a estrutura de garantia dos direitos inalienáveis de cidadão tornaram-se nessa universidade um verdadeiro caos.

Douglas Rodrigues "o Bozo".

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