terça-feira, 24 de junho de 2008

48 “MONSTROS” CONTRA O DR. ULISSES, O C-ORDEIRO.

48 “MONSTROS” CONTRA O DR. ULISSES, O C-ORDEIRO.



“Esse silencio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa”.

Cálice – Chico Buarque, Gilberto Gil.




Deu no Jornal Nacional, no Fantástico, no Datena, Estadão, Folha, Brasil afora: Vândalos depredam reitoria da Unifesp em Vila Clementino.
De repente, como num passe de mágica, bocas tumulares, vêm à tona: baderneiros, destruidores do patrimônio público, monstros, etc. e tal.
Há todo tipo de reclamação. Desde os que não souberam da ação, por isso lamentaram ficar de fora; dos que não souberam da ação e não queriam mesmo saber; dos amantes da democracia aparente (que sempre guardam silencio sobre a ditadura da plutocracia); do corpo docente, que na prescrição do tempo lógico, converteram-se, eles próprios, na vulgaridade da lógica sem opinião. Enfim, toda uma gama de gente que, de uma forma ou de outra, viram sua querida instituição, a UNIFESP, convertida em manchete sensacionalista.
Eis aqui, por menor que seja, a importância da ocupação feita na madrugada do dia 14 de junho por estudantes, não por acaso, dos cursos de humanas.
Importância sim, pois, todos os senhores e senhoras enroscados na moral provisória cartesiana não podem continuar indiferentes, já que, pouco adiantara, até aquele momento, as denuncias da imprensa quanto à corrupção da cabeça da instituição UINFESP, Dr.Ulisses Fagundes Neto, figura imponente e que privatizou recursos públicos numa somatória que beira, até o momento, quase duzentos milhões de reais, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).

PÚBLICO E PRIVADO:

Florestan Fernandes, intelectual sério e que ajudou a pensar o Brasil, em entrevista ao programa Roda-Viva nos idos de 94, disse que, na condição de deputado federal, aprendera mais sobre as famílias brasileiras (da elite), vertendo o que era público para seus respectivos e mesquinhos interesses pessoais na câmera federal, do que havia descoberto, por décadas, em seu trabalho teórico e investigativo.
Sergio Buarque de Hollanda costumava-se queixar que seu conceito de homem cordial aplicado por ele na conformação do Brasil sofrera distorção, de forma que se passou a entender o brasileiro como bonzinho, obediente ou coisa que o valha. É possível fazermos, em parte, essa leitura, porém, o fundamental visa outra abordagem, a saber, os interesses escusos familiares, particulares que adentram a esfera pública e de lá faz valer seus interesses pessoais.
Mas, dizer somente isso é faltar com o grande sociólogo. A questão é o emaranhado que dessa estrutura deriva, onde, hierarquicamente, os subordinados também têm seus interesses particulares, mas, para realizá-los, o caminho é a conivência e servilismo para com quem está no comando.
Disso resulta toda uma moral engendrada, pondo em marcha, na defesa da ordem, grande parte daqueles que na prática são as próprias vítimas, os contribuintes.
Via imprensa, o senso comum convoca seus voluntários e, para passar credibilidade, a imprensa, geralmente, trás parcialmente os fatos, enfatizando sempre a “invasão” do patrimônio público pelos tais vândalos, delinqüentes, etc., desfigurando-se, quase por completo, a natureza da qual motivou a ação.
Caberia perguntar o que faz pessoas que silenciam sobre corrupção pública encolerizarem-se contra, não o corrupto, mas, sim, contra aqueles que criaram um fato contrário à corrupção.
Provavelmente o homem cordial revela sua face nesses momentos. Face pálida, com as marcas da derrota, temeroso frente ao poder montado e, vítima dessa estrutura, como válvula de escape, prefere, em sua impotência, condenar quem não detêm o poder, salvo o poder de rebelar-se. A justificava psicológica, quiçá, venha do fato do ato do rebelado trazer à tona aquilo que esse acusador carrega em seu âmago (e gostaria de esquecer!), a condição de oprimido!
Eis aqui o que expressa esse senso comum nos versos de um Roberto Carlos: um erro não conserta o outro, é isso o que eu penso.
Para o nosso caso, o da UNIFESP, qualquer um pode perceber a quem serve o conselho universitário (CONSU), senão, validar os interesses do senhor Ulisses e seus sócios, punindo quem contra ele (s) se levanta.
Portanto, nada de anormal em constatarmos que seus respectivos membros afirmem a incerteza quanto à idoneidade ou não do reitor, apesar de suas 94 irregularidades. Porém, se desacreditam no Tribunal de Contas da União (TCU), alegando que são matérias tornadas públicas pela imprensa, agem em contrário quando condenam os estudantes, cujas informações obtiveram pela mesma imprensa. E tudo isso ostentando seus títulos de “doutores”, ainda que, cordialmente.

Inicio de inverno guarulhense
24/06/08
Assina: SEM-LUZ

Obra para ler: Raízes do Brasil (livro), Sérgio Buarque de Hollanda.
Obra para ver: Florestan Fernandes (entrevista), Programa Roda-Viva de 1994.
Obra para ouvir: Cálice (música), Chico Buarque e Gilberto Gil.

Dos Hospitais

Bullet In The Head!



"Em 1999 quando o PT era PT encontrou com uma Adin contra a terceirização . Só Nelson Jobim atual ministro da defesa então do STF ficou sentado em cima do processo por mais de seis anos e até a presente data não houve uma decisão dando tempo para que as terceirizações continuem em benefícios de alguns e sempre contra os interece dos brasileiros digo entrou com uma Adin de número 1923-5

As irregularidades foram todas denuncias ao Ministério Publico Federal , Ao Cao Cidadania, a Camara de vereadores, ao Comus cuja presidente é prima da mulher do prefeito e possui uma ong? que já levou quatro milhões e muitos quebrados, ao Ministério Público Estadual ao Cremesp e até agora nada. Perguntinha ingênua, inócua e inútil: O Hospital Cardoso Fontes em Jacarepaguá - RJ.

para atender uma população de quatrocentos mil habitantes tem um orçamento anual de trinta e sete milhões e aqui de início são oiteta e dois milhões ano para uma população de seiscentos mil . Qual será o motivo de tão elevada inflação?
Não há quem recorrer, procurar ou apelar, todos absolutamente todos nos virarm as costas e se calaram se omitiram e se tornaram coniventes, mais denuncias do que foi feito impossível, tudo que te relatei é para o teu conhecimento, para que os jovens tomem conhecimento do que não é divulgado e mais não disse por esta todo o resto debaixo do abominável segredo de justiça que só serve para proteger quem se apropria dos bens públicos e lesa a Pátria e o povo . "

Depoimento dado a mim,
Fonte: Prefere não se identificar.

Thiago Carvalho é: Estudante da unifesp campus guarulhos, de Filosofia.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

UnB aprova eleições paritárias !

UnB aprova eleições paritárias


Na sexta-feira 13, em reunião, o Conselho Universitário (ConsUni) da Universidade de Brasília aprova a paridade nas próximas eleições para a reitoria e demais cargos diretivos. O voto (por categoria) de servidores/as, professores/as e alunos/as passa a ter o mesmo peso, concretizando uma reivindicação antiga pela reapropriação da universidade pelos grupos que a compõem. Até 18 de Setembro, data das próximas eleições, reuniões do Conselho acontecerão para decidir a metodologia que será adotada.

Horas antes da reunião do ConsUni houve uma assembléia conjunta de estudantes, funcionários/as técnico-administrativos/as e docentes, que fortificou não só a campanha pela paridade nas próximas eleições como também apresentou a necessidade da mobilização contínua para assegurar as pautas reivindicadas. O calendário tem alguns pontos certos: a garantia da paridade real (que os votos valham 33% sem mediação) e o congresso estatuinte - a proposta é de que ele seja também paritário.

A bandeira da paridade é antiga na história da Universidade de Brasília, sendo que inclusive três eleições já ocorreram paritariamente. Justamente quando este sistema foi novamente recusado foram eleitas as gestões de Lauro Mohri e Timothy Mulholland (esta última deposta). A campanha da paridade foi retomada na UnB em 2005 - quando foi derrotada truculentamente no CONSUNI - sendo intensificada desde a última ocupação do prédio da reitoria, durante o mês de abril de 2008.

Fonte: CMI


"hasta la victoria siempre"

Hospital Municipal: documentos comprovam irregularidades na SPDM

Nacime Salomão Mansur é Médico formado pela Escola Paulistade Medicina em 1981; foi Diretor do Centro Acadêmico Pereira Barreto, fez dois anos de residência em Cirurgia Geral
e mais dois anos deresidência em Gastrocirurgia, é Mestre em Medicina pela Unifesp naárea de Gastrocirurgia.É especialista em Administração Hospitalar pelaFGV-SP e cursou o MBA em Gestão Empresarial.
Atualmente é o Su-perintendente dos Hospitais da SPDM/Unifesp. Eleito Conselheiro do CREMESP-Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo,é atualmente seu Diretor de Comunicações.


Hospital Municipal: documentos comprovam irregularidades na SPDM
Denúncias foram feitas pela Conlutas e pelo Sindicato dos Metalúrgicos


[14/09] A Conlutas e o Sindicato dos Metalúrgicos apresentaram ao Ministério Público Federal, nesta quinta-feira, dia 14, novas denúncias contra a contratação da SPDM (Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) para administrar o Hospital Municipal.

Segundo comprovam documentos que foram entregues ao procurador-geral, Ângelo Augusto Costa, são falsos os dados da SPDM que constam no contrato de gestão firmado com a prefeitura de São José.

O CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) fornecido encontra-se cancelado e a verdadeira inscrição da SPDM tem uma dívida junto ao INSS de cerca de R$ 21,7 milhões. Este fato, por si só, impede a contratação da empresa por um órgão público.

A SPDM possui ainda 43 protestos em cartório, 22 ações em juízo, além de 16 pendências diversas. Somente em uma ação judicial, há uma execução, de novembro de 2004, no valor de R$ 13,7 milhões.

Os documentos deverão ser anexados à ação ajuizada pelo Ministério Público que pede a anulação do convênio firmado pela prefeitura com a SPDM.

Segundo Neusa Massula, médica que trabalha no HM e militante da Oposição da Conlutas ao Sindicato dos Servidores, os novos documentos comprovam que a privatização feita às escondidas pelo prefeito Eduardo Cury é totalmente ilegal e um grande ataque aos cofres públicos.

A Conlutas exige a imediata suspensão deste contrato de privatização do Hospital Municipal.

“Essa privatização é um erro administrativo, uma agressão ao serviço público e aos servidores e um atestado de incapacidade gerencial por parte da secretária de saúde. A terceirização é o começo da entrega de todos os serviços públicos ao sistema privado e da precarização do atendimento á população. Vamos barrar este absurdo” , afirmou.


Saiba mais
No dia 27 de julho, o prefeito Eduardo Cury transferiu a administração do Hospital Municipal para a SPDM, entidade privada ligada à UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

A negociação foi feita às escondidas e sem licitação. Não houve consulta ou aprovação do Comus (Conselho Municipal de Saúde). Pelo convênio firmado, a SPDM ficará na direção do HM até 2011 e controlará um orçamento de R$ 82 milhões por ano.

A SPDM será responsável pela gestão de toda a estrutura do hospital (espaço físico, equipamentos e funcionários). Também assumirá procedimentos como a compra de materiais médicos, hospitalares e a contratação de novos funcionários.

Todos sabemos como os convênios privados funcionam: médicos que não podem pedir os exames necessários, fazem economia na qualidade e quantidade de material usado, obrigam a reduzir o tempo de internação... tudo para dar lucro ao dono da empresa.

O gerenciamento privado do Hospital vai permitir a contratação de trabalhadores pela CLT, sem qualquer garantia de estabilidade. Será a volta à política do clientelismo e das contratações por interesses políticos!

Tudo isso já está acontecendo no Hospital Municipal. Funcionários estão sendo pressionados para serem transferidos; em razão de mudanças, têm faltado até roupas de cama e de pacientes, pois a lavanderia foi fechada e as roupas estão sendo lavadas em São Paulo, o que tem causado atrasos na entrega.

As compras serão feitas sem licitação - mais abertura para favorecimentos e corrupção! Afinal, quem escolheu a empresa que “ganhou” o Hospital de presente? Ninguém sabe! Foi tudo feito no escuro, por trás dos panos. Certamente alguém lucrou ou vai lucrar com isso... É só esperar para ver.

A prefeitura tem obrigação de investir o dinheiro público para garantir atendimento à população! Abaixo a terceirização do Hospital Municipal e a entrega do patrimônio público.



Fonte: http://209.85.165.104/search?q=cache:9See5CCpfyUJ:www.sindmetalsjc.org.br/ultimas_detalhe.jsp%3Fco_noti%3D1387+mpf+spdm&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br


*agradeco-lhe em nome de todos, pra sempre.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

resposta aos jornais e a quem acredita neles.

quebrar?
vcs politizados como se dizem, deveriam saber mais da historia.
e nao acreditar cegamente noq sai na televisao.
onde estao as filmagens e fotos tiradas pelos alunos q tentaram frustradamente a ocupaçao? hummm, interessante nao eh? a policia confiscou e apagou tudo, e pior, coisas ainda n foram devolvidas.

infelizmente n fiquei sabendo do ato, acho tambem sim q ele foi mau esquematizado, mas como ja falaram por ai, algm fez algo.
paus, pedras e canos? quebrar tudo?
cara digo pra vc, oq os alunos quebram foi uma porta de vidro numa tentativa frustrada de forçar sua abertura, tanto q o aluno q tentou se machucou. ninguem entoru la pra quebrar nada. a intençao era ocupar a reitoria. e esta só foi frustrada pq sei la eu fazendo oq, o reitor estava dentro da reitoria por azar. isso a uma da madrugada ele tava la, ele q ligou pra policia. e esta só pode entrar pq houve "perigo eminente de vida"
pq NENHUMA policia pode entrar numa universidade. ainda mais sem mandato de reintegraçao de posse. se nao, os 50 corajosos kamikazes teriam sim conseguido.
a policia entrou la, quebrou tudo como de costume e pos a culpa nos estudantes.
ameaçando eles de varias formas como "vc faz historia? aaa entao conhece a historia de 64, 84... usaremos os mesmos metodos com vcs" ou com racismos com um aluno negro sentado e algemado, que o policial o chutou falando "vc ai jamaicano, fuma maconha nao fuma? fuma" ou com um aluno supostamente homosexual, que qnt mais batiam nele mais fino ele gritava e isso encorajava mais os policiais. dizendo "aaa eh viadinho? eh bixa? entao grita buneca" .....
foi feito um acordo na delegacia para os alunos n denunciarem a policia. um acordo meio sem acordo se eh q vc me entende. eles iam pegar 7 processos e levar a culpa por todo o quebra quebra. levaram todos um processo soh, e nao denunciariam a policia.vamo parar de ver a globo neh galera? somos todos um.


Thiago carvalho estudante de filosofia da unifesp

terça-feira, 17 de junho de 2008

Ocupe Unifesp

creio ser válida a sua preocupação, mas, não fique tão afoita em pré-julgar a "depredação", salvo se, vc, pessoa "politizada", crer no veredito de nossa polícia, seguranças e imprensa, todos eles, como vc , pessoa politizada que é, sabe como se comportam nessas horas.
a questão é que o fato trouxe a tona a situação da entidade pública, unifesp, dirigida por alguém que a privatizou, embolsando, junto a seus colegas, 178 milhões de reais.
se vc, assim como os outros, discordam de tal atitude e realmente preocupa-se com a depredação daquilo que é público, imagino o que vc fará, junto a seus iguais, daqui para frente.
espero para ver! apresente propostas concretas sobre algo concreto, a privatização e roubo do que é público,
um abraço e até a tarde,
carlos estudante da unifesp de filosofia.

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Não à repressão aos estudantes da Unifesp!
Abaixo a ditadura!
Estudantes da Unifesp são agredidos de forma selvagem pela polícia de Serra!
Sem mandato de reitegração de posse, em prédio federal, a polícia militar do governo Serra agrediu os estudantes que protestam contra o corrupto reitor da Unifesp, Ulisses Fagundes Neto.
Os cerca de 60 estudantes ficaram sentados em frente a reitoria da universidade, imobilizados.
Os estudantes foram levados para a delegacia.
Repudiamos a ação truculenta da polícia, que entrou pelo hospital e deixou inclusive os pacientes passando mal com gás.

Não a repressão!
Fora Ulisses!
Postado por OCUPE UNIFESP às 21:54 0 comentários
Fora Ulisses: Estudantes ocupam reitoria da Unifesp
Mais de 60 estudantes ocuparam a reitoria da Unifesp nesta sexta-feira.Após muitas manobras para evitar a única via de tirar o reitor que desviou cerca de 200 milhões reais da universidade, enquanto isso, nos Campi, falta estrutura, bandejão, laboratórios, professores e nos campi de expansão não houve a construção dos prédios definitivos. Somente a ocupação da reitoria, principal e melhor instrumento de luta dos estudantes, poderá por fim ao mandato do reitor corrupto que assola a universidade em detrimento dos interesses da comunidade acadêmica.


fonte: ocupe unifesp

domingo, 15 de junho de 2008

Estudantes são espancados em ocupação contra corrupção na universidade.

Estudantes são espancados em ocupação contra corrupção na universidade.

Na noite de sexta-feira, 13 de junho, os estudantes ocuparam a reitoria acadêmica da Universidade Federal de São Paulo em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Protestaram contra os casos de corrupção envolvendo a reitoria e as fundações de apoio que desviaram em torno de R$170 milhões desde 2005 (empresas fantasmas, licitações superfaturadas envolvendo familiares do vice-reitor Tufik, desvio de dinheiro público federal da SPDM para aluguéis de casa, diárias de viagens, entre outros que o ministério público divulgou).
Em menos de 15 minutos a polícia militar de São Paulo invadiu o prédio (federal) a mando da reitoria e os estudantes foram brutalmente agredidos e retirados do prédio. A agressão não foi apenas física, além de cacetetes e spray de pimenta, os estudantes eram ofendidos, ameaçados e alguns algemados. Uma policial que estava com arma de fogo em punho ameaçava-os constantemente. Alguns estudantes que estavam do lado de fora filmando as agressões também foram agredidos e tiveram suas câmeras e celulares apreendidos pela polícia militar.
Como se não bastasse essa tortura, os estudantes foram levados em camburões com spray de pimenta para a delegacia. Os estudantes foram liberados por volta das 06h da manhã após terem sido fichados. Alguns celulares não foram devolvidos, os que foram tiveram todas as imagens das agressões apagadas para não servirem como provas contra a polícia.
A luta do movimento estudantil sempre foi, e ainda é duramente reprimida pela polícia que é um braço forte do Estado, e que cada vez mais privatiza e sucateia a educação implantando reformas como o Reuni para cumprir metas impostas pelo Banco Mundial e pelo FMI.
Os estudantes da Unifesp seguem firmes na luta, defendendo a educação pública e de qualidade, contra o mau uso do dinheiro público e descaso para com a sociedade. Não podemos mais aceitar a repressão aos movimentos sociais. Não se pode permitir que a repressão, a intolerância e a violência façam parte do cotidiano do estudante e do trabalhador.

Nós estudantes devemos lutar por uma educação popular e de qualidade
Vamos todos nos unir e pedir a renúncia imediata do reitor
Fora reitor Ulysses Fagundes Neto e todo seu gabinete da Unifesp
Eleições diretas para reitor
Fora Reuni
Pela não punição dos estudantes

fonte: marcele.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

CGU lista 94 irregularidades na Unifesp, que omite gastos

CGU lista 94 irregularidades na Unifesp, que omite gastos
LAURA CAPRIGLIONE e FERNANDO BARROS DE MELLO
Folha de S. Paulo
11/6/2008

Alvo da CPI dos Cartões, universidade deixou de apresentar contas de R$ 178 mi

Controladoria apontou em 2005 e 2006 problemas na entidade como "risco de sobrepreço" e "pagamentos sem processo licitatório"

Estrela involuntária na CPI dos Cartões depois de constatado que tinha feito gastos de caráter estritamente pessoal e pendurado a conta (de cerca de R$ 12 mil) na fatura do governo, o reitor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, terá de se explicar no TCU (Tribunal de Contas da União) a respeito de contas que envolvem cifras bem mais vultosas.
Ainda não há previsão para o julgamento dessas contas, referentes a 2005 e 2006. Só em 2005, auditoria da CGU (Controladoria Geral da União), regional São Paulo, apontou falta de prestação de contas de mais de R$ 178 milhões.
Nas auditorias da CGU aparecem problemas que vão muito além do cartão corporativo: "falta de prestação de contas", "pagamentos sem processo licitatório", "direcionamento em processos de dispensa de licitação", "imóveis pertencentes à Unifesp utilizados comercialmente por terceiros ou sem utilização", "risco de sobrepreço".
A lista completa tem 27 irregularidades e impropriedades em 2005 e 67 em 2006.
Um funcionário público federal qualificou o conjunto da obra como "candidato ao Oscar de efeitos especiais de ocultação de malfeitorias".
No relatório de 2005, por exemplo, a CGU acusa a "prática sistemática de transferir a execução das despesas para a SPDM -Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina [entidade de direito privado que atua como mantenedora do Hospital São Paulo e de mais quatro hospitais no Estado de São Paulo]".
Segundo um docente que prefere se manter incógnito, a Unifesp arca com a maioria dos custos e transfere os recursos para a SPDM executar o trabalho em seu nome -na presunção de que a entidade privada passe por controles menos rigorosos do que os aplicáveis à administração universitária.
A CGU constatou que a Unifesp repassou à SPDM em 2005 R$ 203.390.592,07 provenientes do Ministério da Saúde, do Fundo Nacional de Saúde, além de convênios "firmados por Estado e municípios com a Unifesp como convenente".
Em 2005, entretanto, a SPDM só franqueou à controladoria a relação dos pagamentos que totalizaram 12,07% do valor repassado pela Unifesp à SPDM, ou R$ 24.545.991,25.
Quanto aos demais R$ 178.844.600,82, a SPDM não justificou os gastos realizados, argumentando que, como empresa privada sem fins lucrativos, não tem "obrigação legal de permitir a devassa de sua contabilidade pela CGU".
A CGU não aceitou o argumento. Considerou que se trata de "omissão dolosa no cerceamento de acesso à execução orçamentária terceirizada".

Diagnóstico
Em outra relação, com a Secretaria Municipal de Saúde, mais problemas. Em fevereiro de 2005, a prefeitura contratou com dispensa de licitação a execução de serviços laboratoriais pela Unifesp. Aceitou a Afip (Associação Fundo de Serviço à Psicofarmacologia), entidade sem fins lucrativos presidida pelo vice-reitor da Unifesp, Sergio Tufik, como interveniente. Na prática, o convênio, que previa remuneração mensal de até R$ 2.837.767,01, implicava a universidade em responsabilidade trabalhistas, previdenciárias, sociais, fiscais e comerciais resultantes de vínculo empregatício. A Unifesp não recebeu nem sequer a prestação de contas das despesas efetuadas.
Diz a CGU: "A Afip funciona com os mesmos recursos humanos e físicos (funcionários e endereço) de um dos maiores laboratórios privados de São Paulo, o Centro de Diagnósticos Brasil (CDB)".
Cruzando os CPFs de funcionários da Unifesp e os de sócios de empresas registradas no CNPJ, a controladoria afirma que o vice-reitor da Unifesp é também sócio de diversos empreendimentos comerciais, entre os quais destaca-se a empresa SIT Sistemas Hospitalares e Diagnósticos Ltda., cujo nome de fantasia é Centro de Diagnósticos Brasil. Tufik figura como dono de 57,5% da SIT.
Tufik também possui 55% da empresa TKS Sistemas Radiológicos Ltda., que tem mesmo endereço do CDB.
Segundo a auditoria, a relação Unifesp-Afip-CDB-TKS apresenta "dificuldade em delimitar o público do privado do ponto de vista da prestação do serviço e da destinação da receita". Avaliação sobre a atitude do gestor: "Ação dolosa."
Os relatórios de auditoria da CGU-Regional São Paulo incluem pagamentos em duplicidade a funcionários, dispensa de licitações para obras de ampliação de instalações e até para a aquisição de 700 cadeiras universitárias para o novo campus da Baixada Santista.
As últimas contas da Unifesp apreciadas pelo TCU foram as de 2003, quando o reitor era Hélio Egydio Nogueira e o vice, Ulysses Fagundes. Na ocasião, o TCU considerou ter havido "reincidência no descumprimento de determinações do tribunal". Multou o reitor e seu vice em R$ 3.000 cada um.

Procuradora é sócia de Dirceu em escritório

As irregularidades e impropriedades apontadas pela CGU em 2005 e 2006 ocorreram na gestão da procuradora-geral da Unifesp, a advogada Lilian Ribeiro, ainda no cargo.
Hoje sócia do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no escritório de advocacia Ribeiro e Barros, localizado a 300 metros da reitoria da Unifesp, ela foi nomeada em 30 de setembro 2003, por uma portaria da Casa Civil e da Presidência. Na ocasião, Dirceu era o ministro.
A indicação de Lilian Ribeiro não seguiu o padrão usual. Segundo a AGU (Advocacia Geral da União), "preferencialmente" os cargos de procurador-geral das universidades devem ser ocupados por funcionários de carreira do órgão. "Porém, se houver justificativa para tanto, essa preferência pode ser relevada e pode ser nomeado outro bacharel em direito." É o caso de Lilian Ribeiro, que não é funcionária de carreira.
No papel de procuradora-geral, ela é a responsável pela análise interna de convênios e propostas da universidade, além de prestar consultoria e assessoramento jurídico à instituição e dirigentes. "A Procuradoria é um órgão consultivo; não pode tomar decisões", diz Lilian.
A procuradora-geral afirma ser amiga de Dirceu desde a "época de movimento estudantil".
"Quando o ex-ministro teve o problema [refere-se às denúncias sobre o mensalão], como ele tinha sido meu sócio em 1998, eu o convidei. Ele é meu amigo há mais de 30 anos; criamos filhos juntos."

Outro lado

"Por que não procuram a federal do Piauí?"

Procuradora da Unifesp, Lilian Ribeiro diz haver situação pior em outras universidades e que reitor só falará após julgamento do TCU

A procuradora-geral da Unifesp, Lilian Ribeiro, diz que o reitor Ulysses Fagundes Neto só falará após o julgamento das contas da universidade pelo TCU. Desde o dia 7 de maio a Folha tenta uma entrevista com o reitor.
"Por que vocês não foram atrás do pessoal das federais do Paraná ou do Piauí, que sacou em dólar?", perguntou Lilian Ribeiro, ao ser questionada sobre as auditorias de 2005 e 2006 na Unifesp. "Se você for olhar o que teve de saque em outras universidades... Acho muito mais grave. [Apesar disso], não teve uma linha no jornal", disse a procuradora-geral.
Segundo ela, todos os procuradores-gerais de universidades federais são indicados pelo reitor. "É um cargo de confiança. Por aqui passam milhares de problemas. Se ele [o reitor] indica um procurador-geral que não seja da confiança dele, o sujeito, se quiser, arranja confusões terríveis para o reitor. Bota na cadeia. Porque não vai analisar a coisa direito", afirma.
Lilian Ribeiro diz que trabalha em companhia de outros procuradores de carreira. "A gente presta conta de tudo que é jeito, porque nós temos auditoria nossa aqui", declara.
Por telefone, Lilian questionou o motivo da reportagem. "Acham que é um cargo de favorecimento? O escritório [sociedade com José Dirceu] é o problema? Meu escritório tem 30 anos", afirmou.
A advogada diz que conhecia o reitor antes de assumir o cargo e que era sua amiga. "Eu acho que a gente conseguiu muita coisa aqui. Conseguiu tirar uma universidade do vermelho. Hoje, a Unifesp não deve um tostão", afirma.
Representando o vice-reitor Sergio Tufik, o advogado Airton Soares disse que "somente a Afip realiza convênios com o setor público. E, como não poderia deixar de ser, os movimentos financeiros das empresas citadas na auditoria são totalmente independentes". Segundo Soares, "o CDB é um dos núcleos da Afip. Responde pelos serviços de diagnósticos voltado ao mercado privado".

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Euforia Futebolística.

Nessas últimas semanas, encontrei em mim uma torcedora ridiculamente forjada. Posso estar sendo um tanto radical, mas é assim que sinto essa história de futebol em mim. Eu gosto, na verdade, do clima que ele trás, do oba-oba provocado, da euforia mesmo! Gosto de ver as bandeiras elevadas nos prédios, de escutar o barulho das buzinas dos carros anunciando o início do jogo, do coro uníssono das torcidas, dos fogos.

Essa história toda de futebol me fez lembrar de uma crônica - a qual não me recordo do título nem do autor no momento - onde colocava-se o esporte como um elo entre todos os brasileiros. Um verdadeiro símbolo que une o grã-fino da alta sociedade ao traficante das favelas do Rio de Janeiro numa espécie de êxtase que mascara os contrastes sociais. É uma pena que o veneno que corre no corpo do país seja muito mais letal do que pensamos e que essa mística do futebol se dissolva assim que o juiz apita o fim do jogo e começa a vida real.

No estádio, estabelece-se um verdadeiro feriado de dores e vergonhas. Poderíamos, inclusive, comparar ao delírio carnavalesco, quando nos livramos do peso de ser brasileiro para nos apropriar apenas do gozo de sê-lo. Ambos, acredito, são momentos de libertação!

A verdade é que não entendo nada de futebol, mas fico imaginando que metáfora representa. Que dizem os pés? Que buscam mostrar os dribles - ou finta? O que diabo é finta? De onde surgiu isso? Na tal crônica que eu li, levantava-se a possibilidade desses elementos serem uma homenagem inconsciente à tradição da capoeira e do samba. Bem, não sei. Pra mim, há algo de musical, há algo de harmônico: um coletivo de individualidades; improvisos que se somam para formar um conjunto. Winton Marsalis disse que no jazz “cada um tem sua expressão individual, mas tem de negociar com o interesse de todos, para uma boa harmonia — exatamente como na democracia...” A meu ver, essa definição encaixa-se perfeitamente ao futebol e a graça é exatamente essa.

O fato de tudo parecer estar nos conformes cria para nós a ilusão da vitória antecipada. Não estamos preparados para perder. Odeio perder. Afinal, quem perde ou ganha numa partida é a alma.

Fico imaginando, por exemplo, o jogador do time fracassado saindo de cabeça baixa, escutando o silêncio oco de sua torcida, (in)conformado; ou, ao contrário, o vitorioso que sai do campo ovacionado pela torcida que grita, desesperada, o hino do time. Um verdadeiro desfile de emoções.

Em campo, tentamos limpar os dejetos de nosso presente. Ali, perdemos o fôlego numa espécie de asma patriótica, tudo vale a pena: cantar, rezar, chorar, rir... tudo!

Além do crime, além da barbárie, existe um Brasil desejado e é sobre chuteiras e meiões que sustentam-se alguns dos nossos sonhos de felicidade. Quanta responsabilidade!