Alunos acampam na Unifesp e exigem saída do vice-reitor
Estudantes querem eleição direta paritária, após a renúncia de Ulysses Fagundes Neto na última segunda
Bianca Pinto Lima, do estadao.com.br
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SÃO PAULO - Estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão acampados em frente ao prédio da instituição, na Vila Clementino, desde a noite de segunda-feira, 25, para exigir eleição direta paritária para reitor. Acusado na crise dos cartões corporativos, Ulysses Fagundes Neto pediu demissão do cargo nesta segunda. De acordo com o coordenador-geral do diretório da universidade, Tiago Cherbo, os alunos exigem agora a saída do vice-reitor, Sérgio Tufic, que já assumia interinamente a reitoria desde as férias de Fagundes Neto, no início de agosto.
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Segundo Cherbo, os alunos ainda não entraram em negociação com a universidade. "Esse é o momento de pressionar. Depois tentaremos o diálogo", afirmou. Segundo o membro do diretório, os estudantes não reconhecem Tufic como "uma liderança que pode articular as forças nesse momento de crise" e acreditam que ele também tenha realizado gastos abusivos por meio dos cartões corporativos.
Uma assembléia-geral será organizada na quarta ou quinta-feira para discutir os rumos do movimento. Segundo Cherbo, os alunos do campus Guarulhos também aderiram à paralisação e o diretório está negociando o apoio dos estudantes de Santos e São José dos Campos.
Segundo o Ministério da Educação, a Unifesp tem o prazo de 60 dias para realizar o processo de escolha do novo reitor. Procurada, a assessoria da universidade não quis se manifestar.
Na época das denúncias, estudantes pediram a renúncia de Fagundes Neto e chegaram a invadir a reitoria da universidade. Em entrevista coletiva, o ex-reitor disse não ter abusado do cartão corporativo por má-fé, mas por falta de orientação.
Demissão
A assessoria de Neto disse ao estadao.com.br que, devido ao envolvimento de seu nome nas investigações, o ex-reitor "achou melhor se afastar para se dedicar à sua defesa". Matéria do jornal O Globo em abril mostrou que, em um ano e meio o reitor gastou quase R$ 80 mil em compras de cosméticos, material esportivo, aluguel de carro e diárias em hotéis, um deles na Disney, em Orlando (EUA).
Acusado de hospedar-se num hotel da Disney e pagar a conta com o cartão, o reitor apresentou documentos mostrando que o motivo da viagem a Orlando, nos Estados Unidos, de 17 a 22 de outubro de 2006, não foi lazer nem férias. Ele instalou-se como hóspede no Lake Buena Vista, um dos estabelecimentos do complexo Disney, porque foi lá o 19º Encontro Anual da Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia Pediátrica, do qual o reitor, que é médico desta especialidade, participou como palestrante, autorizado pelo ministério.
Em abril, ele já devolveu R$ 85,5 mil à administração federal. A primeira vez que Fagundes Neto usou o cartão corporativo foi em junho de 2006, na Alemanha. Empenhado em trazer para o Brasil o 3º Congresso Mundial de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição, o reitor não só apresentou um trabalho científico no 2º congresso, em Grenden, como se reuniu com colegas da Federação Internacional das Sociedades de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (FISPGHAN), que o ajudam a organizar o evento seguinte no Brasil.
O reitor foi convocado a depor na CPI Mista dos Cartões Corporativos, mas adiou depoimento alegando compromissos agendados antes de ter sido convocado.
Thiago carvalho é estudante de filosofia da universidade federal de sao paulo, do campus guarulhos, tachado como radical, "rebelde sem causa" e outras coisas, por desde o começo do ano brigar pela saida do reitor.
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