A DUAS SEMANAS ESTAO OCORRENDO MANIFESTAÇOES DE ESTUDANTES,
TRABALHADORES, ANARQUISTAS E ESQUERDISTAS, CONTRA O GOVERNO GREGO E
CONTRA A MORTE DE ALEXANDRO GRIGOPOULOS, DE 15 ANOS, ASSASSINADO NO
SABADO DIA 6 POR POLICIAIS GREGOS. O ESTADO GREGO USA DO TERRORISMO
ESTATAL E DE SEUS APARELHOS REPRESSORES PARA ACABAR COM VIOLENCIA COM
QUALQUER MANIFESTAÇÃO E LUTA SOCIAL DO POVO GREGO. RADIOS ESTÃO SENDO
INVADIDAS, BANCOS, LOJAS, PREDIOS PUBLICOS SAO ALVOS DIARIOS DE
GRUPOS DE MANIFESTANTES ARMADOS COM PEDRAS E MOLOTOVS.
O LUTO NAO BASTA, A LUTA CONTINUA!
ABAIXO ESSE GOVERNO DE SANGUE, POBREZA E PRIVATIZAÇOES!
COMUNICADO DA OCUPAÇAO DA UNIVERSIDADE POLITECNICA, ATHENAS
No sábado 6 de dezembro de 2008, Alexandros Grigoropoulos, um
companheiro de 15 anos de idade, foi assassinado a sangue frio, com
uma bala no peito, por Epaminondas Korkoneas, da guarda especial da
força policial na área de Exarchia.
Ao contrário das declarações de políticos e jornalistas que são
cúmplices do assassinato, este não foi um "evento isolado", mas uma
explosão da repressão do estado, que sistematicamente e de maneira
organizada mira naqueles que resistem, aqueles que se revoltam, os
anarquistas e antiautoritaristas.
É o pico do terrorismo de estado, que se expressa com a elevação do
papel dos mecanismos repressores, seu contínuo armamento, os
crescentes níveis de violência que usam, com a doutrina
de "tolerância zero", com a propaganda da mídia caluniadora que
criminaliza todos aqueles que lutam contra autoridade.
São estas condições que preparam terreno para a intensificação da
repressão, numa tentativa de extrair consenso social de antemão, e o
equipamento das armas do estado com uniformes, que estão atacando as
pessoas que lutam, a juventude, os desgraçados revoltos em todo o
país.
Usar de violência letal contra as pessoas em uma luta social e de
classes é contar com a submissão de todos, servindo como punição
exemplar, com a intenção de espalhar o medo.
É a escalada do ataque generalizado do estado e dos patrões contra
toda a sociedade, para impor condições de exploração e opressão mais
rígidas, para consolidar o controle e a repressão. Um ataque que se
reflete todos os dias na pobreza, exclusão social, na chantagem para
que nos ajustemos a um mundo de divisão social e de classes, na
guerra ideológica lançada pelos mecanismos de manipulação dominantes
(a mídia de massa). Um ataque raivoso em todos os espaços sociais,
demandando dos oprimidos sua divisão e silêncio. Das celas das
escolas e universidades aos calabouços da escravidão remunerada com
centenas de trabalhadores mortos nos chamados "acidentes de trabalho"
e sua pobreza acolhendo uma grande parte da população... Dos campos
minados nas fronteiras, pogroms e assassinatos de imigrantes e
refugiados, aos numerosos "suicídios" em prisões e estações de
polícia... dos "tiros acidentais" em bloqueios policiais, à repressão
violenta de resistências locais, a Democracia mostra seus dentes.
Nestas condições de exploração e opressão violentas, e contra as
trapaças e pilhagem que o estado e os patrões estão lançando,
passando como herança a força de trabalho dos oprimidos, suas vidas,
dignidade e liberdade, o sufocamento social acumulado está
acompanhando a erupção da ira nas ruas e barricadas pelo assassinato
de Alexandros.
Do primeiro momento após o assassinato de Alexandros, demonstrações
espontâneas e levantes ocorreram no centro de Atenas, as escolas
Politécnica, de Economia e de Lei estão sendo ocupadas e ataques
contra o estado e alvos capitalistas têm ocorrido em diferentes
bairros e no centro da cidade. Manifestações, ataques e conflitos
explodem em Thessaliniji, Patras, Volos, Chania e Heraklion em Creta,
em Giannena, Komotini, Xanthi, Serres, Sparti, Alexantroupoli,
Mytilini. Em Atenas, na rua Patission -- fora das escolas Politecnica
e de Economia -- os conflitos duraram a noite inteira. Fora da
Politécnica, a tropa de choque da polícia faz uso de balas de
plástico.
No domingo, 7 de Dezembro, milhares de pessoas se manifestaram em
direção aos quartéis generais da polícia, em Atenas, atacando a tropa
de choque. Conflitos de tensão sem precedentes se espalharam pelas
ruas do centro da cidade, durando até tarde da noite. Muitos
manifestantes estão machucados e alguns estão presos.
De segunda de manhã até hoje, a revolta se espalhou, e se tornou
generalizada. Os últimos dias foram cheios de incontáveis eventos
sociais: manifestações de estudantes de ensino médio militantes
terminando -- em muitos casos -- em ataques contra estações de
polícia e conflitos com policiais nos bairros de Atenas e no resto do
país, massivas manifestações e conflitos entre manifestantes e a
polícia no centro de Atenas, durante os quais há assalto a bancos,
grandes lojas de departamento e ministérios, cerco ao parlamento na
praça Syntagma, ocupações de prédios públicos, manifestações
terminando em levantes e ataques contra o estado e alvos capitalistas
em diferentes cidades.
Os ataques da polícia contra a juventude e geralmente contra pessoas
que estão lutando, as dezenas de prisões e espancamento de
manifestantes e, em alguns casos, a ameaça aos manifestantes pelos
policiais abanando suas armas, bem como sua coperação com matadores --
como no incidente de Patras, quando policiais junto com fascistas
atiraram contra os rebeldes da cidade --, são os métodos pelos quais
os cães uniformizados do estado estão implementando a doutrina
da "tolerância zero", sob os comandos dos patrões políticos, de forma
a suprimir a onda de revoltas que foi disparada no sábado a noite.
O terrorismo do exercito de ocupação da polícia é completado com a
punição exemplar daqueles que são presos e agora encaram graves
acusações que os levarão para o encarceiramento:
Na cidade de Larissa, 8 pessoas foram presas e estão sendo
processadas com base na lei "anti"-terrorista, e estão encarceiradas
sob acusação de "organização criminal". 25 imgrantes que foram presos
durante os protestos em Atenas estão tendo as mesmas acusações.
Também em Atenas, 5 dos presos na segunda-feira foram encarceirados,
e mais 5 que foram presos na quarta-feira estão sob custória, e serão
levados ao promotor na próxima segunda-feita, sob acusações
criminais.
Ao mesmo tempo, uma guerra de propaganda enganosa tem sido lançada
contra as pessoas que estão lutando, abrindo caminho para repressão,
para o retorno à normalidade de injustiças sociais e submissão.
Os eventos explosivos logo após o assassinato causaram uma onda de
mobilização internacional em memória a Alexandros e em solidariedade
com os revoltosos que estão lutando nas ruas, inspirando um contra
ataque ao totalitarismo da democracia. Concentrações, manifestações,
ataques simbólicos a embaixadas gregas e consulados e outras ações de
solidariedade têm ocorrido em cidades de Chipre, Alemanha, Espanha,
Dinamarca, Hoanda, Grã-Bretanha, França, Itália, Polônia, Turquia,
EUA, Irlanta, Suécia, Suíça, Ausrtalia, Slovakia, Croácia, Rússia,
Bulgaria, Romênia, Bélgica, Nova Zelândia, Argentina, México, Chile e
muitos outros lugares.
Nas barricadas, nas ocupações, nas manifestações e nas assembléias,
nós mantemos viva a memória de Alexandros, mas também a memória de
Michalis Kaltezas, Carlo Giuliani, Michalis Prekas, Christoforos
Marinos e todos os companheiros que foram assassinados pelo estado.
Nós não esquecemos a guerra de classes sociais na qual esses
companheiros caíram e nós mantemos aberta a frente de uma total
recusa ao mundo caquético da Autoridade. Nossas ações, nossas
tentativas, são as células vivas do mundo livre e insubordinado que
sonhamos, sem mestres e escravos, sem polícia, exércitos, prisões e
fronteiras.
As balas dos assassinos de uniforme, as prisões e espancamentos de
manifestantes, a guerra de gás químico lançada pelas forças
policiais, o ataque ideológico da democracia, conseguem impor medo e
silêncio, mas também são a razão para que as pessoas levantem contra
o terrorismo de estado seus prantos da luta por liberdade, para
abandonar o medo, e se encontrarem -- mais e mais cada dia, os
jovens, estudantes de ensino médio ou universidade, imigrantes,
desempregados, trabalhadores -- nas ruas da revolta. Deixemos a ira
transbordar para inundá-los!
O ESTADO, OS PATRÕES, SEUS MATADORES E SEUS LACAIOS ESTÃO ZOMBANDO DE
NÓS, NOS ROUBANDO E NOS MATANDO!
VAMOS NOS ORGANIZAR, CONTRA-ATACAR E ESMAGÁ-LOS!
ESTAS NOITES PERTENCEM A ALEXIS!
IMEDIATA LIBERTAÇÃO DE TODOS OS PRESOS
Estamos mandando nossa solidariedade para todos que estão ocupando
universidades, escolas e prédios estatais, manifestando- se e entrando
em conflito com os assassinos do estado por todo o país.
sábado, 20 de dezembro de 2008
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